quarta-feira, 3 de março de 2010

Chega de trote

Futuros médicos que estudam na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) partiram para a ignorância na hora de recepcionar os calouros.

Veteranos reuniram os novatos num sítio para submetê-los a humilhações. Os recém-chegados levaram tapas no rosto, tiveram que beijar os pés dos mais antigos e passaram pelos conhecidos "banhos" de farinha, ovo e ketchup. E ainda teve gente obrigada a lamber carne bovina estragada.

Alguns estudantes que se recusaram a cumprir as ordens dos veteranos foram brindados com uma dose de caipirinha nos olhos. Um espetáculo de violência e covardia.

Apesar de tudo, depois que o trote acabou ninguém procurou uma delegacia para se queixar. Mas como as imagens da festinha foram exibidas no domingo pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, a Polícia Civil decidiu abrir inquérito. Em 30 dias a investigação será concluída.

A direção da UMC também instaurou uma sindicância interna para apurar responsabilidades. Em Mogi das Cruzes, o trote é proibido por lei municipal, que estabelece multa de R$ 1.996 para os responsáveis.

O caso mostra que esse tipo de prática, que já acabou até em morte, continua sendo uma tradição em nossas faculdades.

Felizmente, como aconteceu este ano na Faculdade de Medicina da USP, tem gente tentando mudar. Em vez do trote, a escola recebeu os calouros com churrasco, jogos de futebol, aulas de forró e outras atividades.

Foi um ótimo exemplo, que deveria ser seguido.

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